quinta-feira, 19 de setembro de 2024

O fim da Democracia

A estabilidade e longevidade de uma democracia é função direta da relação entre o bom senso dos governantes e a tolerância da população sob seu controle.

Atingir o posto de governante exige muito esforço e dedicação, logo, os que alcançam esse objetivo têm um forte desejo por poder. Se os Governantes têm inerentemente o desejo pelo poder, é natural que tentem se manter nessa posição a qualquer custo. Nesse processo, ocorre o desvio de finalidade da função pública, de servir à sociedade, e consequentemente a perda do bom senso em menor ou maior grau.

A prática de atos desprovidos de interesse público verdadeiro, sem o bom senso comum, leva ao aumento da insatisfação da população. Uma população insatisfeita vivendo em uma democracia tende a optar por uma troca de seus governantes, o que leva os mesmos a subverter o processo democrático de diferentes maneiras, seja dificultando a entrada de rivais, implementando políticas populares de efeito no curto prazo, enfraquecendo as instituições, ou até mesmo a corrupção generalizada.

Segundo Alexander Tytler, uma democracia depende da virtude de seus cidadãos para funcionar corretamente. Sem cidadania perfeita, a democracia tende a se corromper e involuir em piores regimes políticos.

Ele parte do princípio de que em qualquer democracia, cidadãos imperfeitos votam de maneira egoísta escolhendo as políticas públicas que mais os beneficiam, ignorando o bem estar da sociedade como um todo. Nessa lógica, os governantes vão erodir as finanças públicas com políticas populistas voltadas para segmentos específicos, que tenham o peso suficiente para mantê-los no poder.

Com privilégios dos governantes cada vez mais exacerbados, a população geral se revolta cada vez mais, e acaba por entregar o poder a um líder autoritário que prometa uma sociedade mais justa e igualitária, encerrando a democracia existente.

Percebe-se que a falha da democracia nessa lógica, é depender do bom senso de seus cidadãos.

Em um mundo perfeito, as pessoas escolheriam governantes e tomariam decisões que beneficiem a sociedade como um todo, garantindo uma evolução gradual geração após geração, mas esse, infelizmente, não é o nosso caso.