segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Escravidão pelo Medo

Até o século 19 os escravocratas exerciam a força bruta para submeter outros humanos às suas vontades. O uso de chibatadas e correntes conjugados com torturas e agressões físicas inseria o medo necessário para a submissão. Tratava-se de um medo real e imediato, vivenciado dia a dia pelo escravo e alimentado com freqüência pelos mestres de forma a administrar sua propriedade.

Por pior que possa parecer, atualmente estamos em direção a um regime ainda mais tenebroso de submissão pelo medo. Bombardeados diariamente com notícias extraordinárias de violência, somos levados a crer que estamos testemunhando situações corriqueiras segregando nossa sociedade cada vez mais dentro de seus apartamentos e condomínios.

Vejo políticos do PT exclamando:

-"ELES" não querem que o povo tenha acesso a educação
-"ELES" vão acabar com o bolsa família e outras conquistas sociais 

São disparates sem lógica alguma que servem a um único propósito, disseminar o medo na população levando a crer que seus adversários são monstros que querem aterrorizar a população. É uma estratégia vergonhosa não apenas no campo político mas no próprio campo moral.

Nasci juntamente com o grito de diretas já, e nunca imaginei que minha geração fosse presenciar um governo tão voltado para o autoritarismo. Jornalistas são processados por emitir críticas verdadeiras e legítimas a órgãos que não desempenham suas funções de maneira adequada. Analistas de mercado são perseguidos por informar fatos comprovados que contrariam a vontade da presidente. O que vejo é uma sociedade que ao invés de se desenvolver passou a involuir e tornar-se cada vez mais ultrapassada.

Crianças na Rua

Gastamos fortunas com câmeras de TV, grades, alarmes, seguros e seguranças para tentar aplacar  o medo espalhado diariamente em todos os canais de comunicação. Tememos estranhos nas ruas, tememos ligações não identificadas, tememos qualquer abordagem num sinal, sobretudo temos pavor pelas nossas crianças.

Pavor talvez seja pouco, estamos aterrorizados com os riscos aos quais nossos filhos são expostos diariamente. Avistamos vultos nas ruas espreitando pelo melhor momento para sequestrá-los, alimentos minúsculos não triturados são certeza de sufocamento, qualquer sintoma é sinal de uma doença fatal e obscura. É uma lista interminável de medos e aflições que destroem qualquer possibilidade de felicidade plena em nossas vidas.

Crianças molestadas por estranhos na rua, sufocadas com pipoca e acometidas por um mal incurável mesmo quando somadas não chegam a 1% da população. Por que os outros 99% têm de sofrer tanto ?

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Descargas

As descargas ecológicas são a maior fraude sanitária da história!

A gente aperta um botão, aperta o segundo, aperta os dois e é tudo igual!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Audiência



A forma como assistimos TV está mudando e isso vai expor a ineficiência do antigo modelo. Aparelhos ligados numa sala ou ambiente em que ninguém está prestando atenção à tela é bastante comum. Isso leva a falsas "audiências" para a antiga TV aberta.

"House of Cards" por exemplo é a série mais comentada esse ano muito embora só seja exibida via strem pelo Netflix. Cálculos de especialistas levam a crer que o número de pessoas que de fato assistiu aos novos episódios da segunda temporada não passam de 2 milhões, um número pífio quando comparado aos números das séries de sucesso da TV aberta. Como explicar todo essa atenção dedicada offline para House of Cards ?

O fato é que muito embora as séries de Tv aberta atinjam populações imensas, os cálculos não levam em conta o quanto o telespectador está satisfeito com o que consome. Num serviço de streaming isso é facilmente perceptível, pois ele vai consumir um ou dois capítulos e desistir na metade, mas na TV aberta existe o hábito de deixar a TV ligada e ir fazer outra coisa, possivelmente em outro cômodo da casa, afinal não há como pausar/voltar/adiantar a exibição.

O consumidor das séries em streaming dedica muito mais sua atenção do que o da TV Aberta, isso deve ser levado em consideração na venda de espaço de exibição num futuro próximo e o modelo antigo em breve será inaceitável pelos telespectadores. A TV aberta vai cada vez mais perder sua importância devido a falta de interação com o consumidor.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Meias verdades

"Ela então saiu de casa e não volta mais ?"

"Pois é... disse que a confiança havia acabado."

"Assim de repente ?"

"Ela vinha querendo ter filhos há cinco anos. Eu já tenho dois do primeiro casamento, então nunca fiz muita questão de reviver toda aquela choradeira de novo."

"E você tentou mesmo assim ter filhos com ela?"

"Tentei sim. Viagens de lua de mel, fins de semana em spas, tratamentos afrodisíacos. Tentamos de tudo. Tivemos cinco anos maravilhosos tentando engravidar mas todo mês a menstruação vinha de novo."

"Tentaram tratamento ?"

"Sim, ela foi em vários médicos e todos concordaram que ela estava apta para engravidar, era só uma questão de tempo."

"Quer dizer que depois de cinco anos tentando sem engravidar a confiança acabou?"

"Pois é... aí que tá... depois do meu primeiro casamento eu tinha feito vasectomia e nunca contei a ela..."




sábado, 22 de fevereiro de 2014

Novos Carinhos



Entre as diversas mudanças que os filhos impõem a um jovem casal estão as manifestações de carinho. 

Uma vez que a criança está no meio dos dois e começa a dormir, o casal evita qualquer movimento desnecessário, as respirações são contidas a um level mínimo de sobrevivência e somente os pés possuem um resquício de liberdade. O que antes era um abraço ou um beijo pode ser resumido em simples toques com os dedos dos pés.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Um bom começo



Fiquei muito feliz com a aprovação ainda que parcial do PL 99/2013 de Recife. O embutimento de fiação se tornou uma questão polêmica por causa do número de acidentes fatais com pessoas que simplesmente caminhavam na rua. A incapacidade de proteger um transeunte é uma demonstração inequívoca da incapacidade do poder público como um todo.

Afora  a questão da segurança, é um primoroso passo para tornar a cidade mais bonita, o que pode parecer supérfluo mas não é. A qualidade de vida e satisfação dos cidadãos é diretamente afetada pela sensação de viver em um lugar bonito e organizado. Recife ainda está longe de ser uma cidade desenvolvida, mas esse é um passo na direção certa. Falta agora punir com mais rigor  os depredadores do patrimônio público.

Retirar os fios que atrapalham a beleza dos prédios do Recife Antigo pouco ajuda se o que há por trás são paredes pintadas de spray...